terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Esboço para um poema

Uma pergunta que flutua no ar gelado da madrugada
Quebrando o silêncio que me adormece a alma
"Quem me estenderá a mão amanhã quando partires?"
"Quem me acalmará a dor, a saudade e os silêncios?

O Amor é um porto de abrigo
Um refugio para os corações solitários, destroçados
Uma invenção de poetas e sonhadores
(mas não o somos todos um pouco?)

... ... ...

Há um silêncio pesado que me envolve os dias
A solidão...

Há um peso na alma das promessas por cumprir
E há a dor dos corpos que se ausentam
Para não mais voltarem...

... ... ...

Queria dizer do fogo, essa chama que me consome as noites
Dizer da fome e da luxuria e dos desejos
Queria dizer do medo
Mas perco-me com as palavras que não sei
E calo tudo

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

FEBRE

Sozinho na noite, vagueando sem rumo
Em busca de um sonho ou de um encanto
Procuras no silêncio e nas trevas o consolo
- ou o abrigo ou simplesmente o esquecimento
das dores que te preenchem os dias e as noites
Tentas esquecer a febre que te mancha a alma
- e os ossos e o sangue
O olhar perde-se na vastidão desse mar
que banha a cidade onde te escondes do mundo
talvez pudesses recomeçar para lá do mar
talvez pudesses partir
Ninguém ia saber dos erros e do medo
- da febre que te consome lentamente.
Mas há sempre alguma coisa que te prende
há sempre a sombra que se ergue sobre ti
- a ameaça velada, o silêncio pesado
- a promessa de um fim que se aproxima
e a certeza que ninguém te vai chorar...
Recordas os corpos e os rostos que te visitam
mas não recordas os nomes – não todos
nem te lembras já das horas e dos dias que passaram.
Apenas a dor é real – e a febre e o medo
de uma hora que sabes que se apressa a chegar
para te levar para longe – para sempre

e para te apagar enfim a febre que tanto te dói...

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

o.k. tá certo. Alguns dos cartoons estão em inglês.
mas de qualquer forma não estou pra me chatear com isso.











NOITE


O nevoeiro cobre o mundo em meu redor
As sombras agigantam-se, dançam - confundem-se com a noite
As casas são apenas ilusões de portos de abrigo
Não há nem pode haver refúgio para a dor...
O vento sopra furioso anunciando a tempestade
Perdi-me do mundo em meio das trevas - da névoa que me envolve
Não há nada mais apenas ruínas em que vagueio
Sem o consolo de outro alguém com quem falar...
Há uma ponte que se ergue sobre um rio furioso
Uma ponte que se perde no nevoeiro
E há os vários silêncios da noite
O consolo do álcool e dos cigarros que fumo
Uma espiral de luz e música regue-se subitamente
Rompendo o silêncio e as trevas
Girando no ar frio da madrugada que se anuncia
É tarde agora, tarde de mais