segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

FEBRE

Sozinho na noite, vagueando sem rumo
Em busca de um sonho ou de um encanto
Procuras no silêncio e nas trevas o consolo
- ou o abrigo ou simplesmente o esquecimento
das dores que te preenchem os dias e as noites
Tentas esquecer a febre que te mancha a alma
- e os ossos e o sangue
O olhar perde-se na vastidão desse mar
que banha a cidade onde te escondes do mundo
talvez pudesses recomeçar para lá do mar
talvez pudesses partir
Ninguém ia saber dos erros e do medo
- da febre que te consome lentamente.
Mas há sempre alguma coisa que te prende
há sempre a sombra que se ergue sobre ti
- a ameaça velada, o silêncio pesado
- a promessa de um fim que se aproxima
e a certeza que ninguém te vai chorar...
Recordas os corpos e os rostos que te visitam
mas não recordas os nomes – não todos
nem te lembras já das horas e dos dias que passaram.
Apenas a dor é real – e a febre e o medo
de uma hora que sabes que se apressa a chegar
para te levar para longe – para sempre

e para te apagar enfim a febre que tanto te dói...

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