quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Portugal (acho eu)

Depois admirem-se que eu ande deprimido!
Vejam as noticias:


Portugal tem a maior taxa de homicídios da Europa Ocidental
(Público)

e no entanto ainda não limparam o sebo a tantos que não fazem cá falta nenhuma e que continuam a moer o juízo à malta.
é que há por aí muita malta que nem a tiro...

e sem falar nos escândalos dos bancos
do desemprego ( a boa noticia é que não aumentou tanto como se esperava)

Furtos em Residências dispararam em 2008
(Metro)

o que vale é que, segundo o jornal o maior aumento foi nas grandes cidades e eu moro numa aldeia pequena.
vamos a ver se não me arrependo desta
e ainda o desemprego
e o anuncio de uma manifestação de polícias para Março

Os maiores bancos privados ganham 3,5 milhões por dia
(Destak)

Quando for rico compro um banco sempre ganho mais algum
3,5 milhões por dia é um pouco mais do que o meu salário mínimo

e mais uma vez o desemprego


e podíamos continuar por aí mas é tudo a mesma tristeza... o que vale é que pra não me deprimirem mais ninguém se lembrou de falar do padre que chamou anormais aos gays
é que a intolerância e a estupidez deprimem-me (como quase tudo)

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Esboço para um poema

Uma pergunta que flutua no ar gelado da madrugada
Quebrando o silêncio que me adormece a alma
"Quem me estenderá a mão amanhã quando partires?"
"Quem me acalmará a dor, a saudade e os silêncios?

O Amor é um porto de abrigo
Um refugio para os corações solitários, destroçados
Uma invenção de poetas e sonhadores
(mas não o somos todos um pouco?)

... ... ...

Há um silêncio pesado que me envolve os dias
A solidão...

Há um peso na alma das promessas por cumprir
E há a dor dos corpos que se ausentam
Para não mais voltarem...

... ... ...

Queria dizer do fogo, essa chama que me consome as noites
Dizer da fome e da luxuria e dos desejos
Queria dizer do medo
Mas perco-me com as palavras que não sei
E calo tudo

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

FEBRE

Sozinho na noite, vagueando sem rumo
Em busca de um sonho ou de um encanto
Procuras no silêncio e nas trevas o consolo
- ou o abrigo ou simplesmente o esquecimento
das dores que te preenchem os dias e as noites
Tentas esquecer a febre que te mancha a alma
- e os ossos e o sangue
O olhar perde-se na vastidão desse mar
que banha a cidade onde te escondes do mundo
talvez pudesses recomeçar para lá do mar
talvez pudesses partir
Ninguém ia saber dos erros e do medo
- da febre que te consome lentamente.
Mas há sempre alguma coisa que te prende
há sempre a sombra que se ergue sobre ti
- a ameaça velada, o silêncio pesado
- a promessa de um fim que se aproxima
e a certeza que ninguém te vai chorar...
Recordas os corpos e os rostos que te visitam
mas não recordas os nomes – não todos
nem te lembras já das horas e dos dias que passaram.
Apenas a dor é real – e a febre e o medo
de uma hora que sabes que se apressa a chegar
para te levar para longe – para sempre

e para te apagar enfim a febre que tanto te dói...

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

o.k. tá certo. Alguns dos cartoons estão em inglês.
mas de qualquer forma não estou pra me chatear com isso.











NOITE


O nevoeiro cobre o mundo em meu redor
As sombras agigantam-se, dançam - confundem-se com a noite
As casas são apenas ilusões de portos de abrigo
Não há nem pode haver refúgio para a dor...
O vento sopra furioso anunciando a tempestade
Perdi-me do mundo em meio das trevas - da névoa que me envolve
Não há nada mais apenas ruínas em que vagueio
Sem o consolo de outro alguém com quem falar...
Há uma ponte que se ergue sobre um rio furioso
Uma ponte que se perde no nevoeiro
E há os vários silêncios da noite
O consolo do álcool e dos cigarros que fumo
Uma espiral de luz e música regue-se subitamente
Rompendo o silêncio e as trevas
Girando no ar frio da madrugada que se anuncia
É tarde agora, tarde de mais